quinta-feira, 30 de julho de 2015

Literatura de Cordel



Prof. Me. Renan (Estudos Literários)
Profª. Ma. Tatiana Vieira (História e Educação)



DEFINIÇÃO

O termo “literatura de cordel” é impreciso, uma vez que esse tipo de literatura não possui forma padronizada, podendo se apresentar como prosa narrativa (histórias), verso (desafios, pelejas, cantigas etc) ou teatro.

Apesar da ausência de padronização formal, esses textos têm em comum a origem ou influência da tradição oral.

A temática também é variada, mas quase sempre regionalista. O método de impressão e distribuição é conhecido desde a Europa e a Ásia.

Importa ressaltar que o formato do livro e modo de distribuição por si só não definem o tipo de literatura.


ORIGENS

Desde a Grécia homérica (8 a.C.) já havia poetas que cantavam os feitos heróicos das guerras e dos Jogos Olímpicos. Também cantavam hinos aos deuses e à pátria; ou celebravam a caça, a colheita e a pesca. Alguns deles cantavam aos noivos em cerimônias matrimoniais, ou expressavam o luto em funerais de pessoas ilustres. Havia comédias para ironizar personagens das cidades-estado e epopeias para imortalizar feitos lendários. Os mais ousados cantavam simplesmente o amor (eros).


TROVADORISMO

Na Europa medieval existiam jograis e menestréis que cantavam histórias de cidades longínquas, temas religiosos ou o amor a uma donzela. As cantigas medievais em Portugal datam do século XIII.


LITERATURA DE CORDEL PORTUGUESA

O primeiro registro de literatura de folhetos em Portugal pertence às peças de Gil Vicente, que publicou sob este formato alguns de seus autos. O grande nome desse gênero de publicação foi Baltazar Dias (séc. XVI).


A LITERATURA DE CORDEL PORTUGUESA ATRAVESSA O ATLÂNTICO

Alguns textos editados em folhetos foram enviados ao Brasil, como se vê no “Catálogo para Exame dos Livros para Saírem do Reino com Destino ao Brasil”, conservado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Portugal.

Tratava-se de pedidos de autorização para o envio de material impresso ao Brasil, destinados à Real Mesa Censória (criada em 1768) a quem competia conceder ou não a licença, de acordo com a natureza do livro.


FORMAÇÃO DA POÉTICA NORDESTINA

Diferentemente da literatura de cordel portuguesa, que não possui uniformidade, a literatura de folhetos nordestina é bastante codificada.

As apresentações públicas de narrativas, charadas e disputas possuem estilo peculiar e parecem ter iniciado seu processo de definição ainda no espaço da oralidade, muito antes da possibilidade de haver material impresso.

Um dos iniciadores desse estilo foi Agostinho Nunes da Costa (1797 – 1858). As primeiras publicações datam do final do século XIX. Leandro Gomes de Barros está entre os nomes que sistematizaram o método de edição.


Fonte:
ABREU, Márcia. Histórias de cordéis e folhetos. Campinas – SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1999.

Academia Brasileira de Literatura de Cordel:  http://www.ablc.com.br/

 
Livros expostos em varal.

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